Como Identificar se o Bebê Está com Cólica (E o Que Ajuda de Verdade)

O choro do bebê é sua forma de comunicação. Nos primeiros meses de vida, pode parecer que ele chora por qualquer motivo: fome, sono, fralda suja, necessidade de colo… Mas há um choro que é especialmente angustiante para os pais: o da cólica. Ele vem acompanhado de sinais físicos visíveis e uma sensação de impotência, principalmente para mães e pais de primeira viagem.

As cólicas são comuns nos primeiros três meses de vida e costumam aparecer no final da tarde ou à noite. A boa notícia é que, embora desafiadoras, elas passam — e há maneiras reais de aliviar o desconforto do bebê e acalmar os pais no processo.


O que são as cólicas do bebê?

As cólicas são causadas, em geral, pela imaturidade do sistema digestivo do recém-nascido. O intestino ainda está aprendendo a funcionar, e a digestão pode gerar desconforto, acúmulo de gases e, consequentemente, dor. Além disso, fatores emocionais, como a adaptação ao ambiente externo e até o estresse dos pais, também podem influenciar.

Elas não são perigosas, mas exigem paciência e atenção.


Como identificar se o bebê está com cólica

Nem todo choro intenso é cólica. Mas existem sinais clássicos que podem ajudar os pais a diferenciar esse desconforto de outras necessidades do bebê.

Sintomas mais comuns:

  • Choro inconsolável: alto, agudo e prolongado, muitas vezes no mesmo horário do dia.
  • Rigidez corporal: o bebê enrijece as pernas e os braços.
  • Barriga dura: o abdômen fica distendido e com aparência de inchaço.
  • Pernas encolhidas: o bebê costuma puxar as perninhas em direção à barriga.
  • Rosto avermelhado: a expressão facial demonstra dor ou irritação.
  • Gases: pode soltar pum com frequência durante ou após o choro.

Se o bebê apresenta esses sinais e você já descartou fome, fralda suja e sono, há grandes chances de ser cólica.


O que realmente ajuda: estratégias eficazes para aliviar a cólica

Apesar de não haver um único método infalível, algumas práticas são comprovadamente eficazes para aliviar a dor e acalmar o bebê. O segredo está em observar a resposta individual da criança e adaptar as rotinas com carinho e constância.

1. Posição de alívio

A famosa posição “de bruços” no colo (barriga com barriga com o adulto, ou barriga apoiada no antebraço) costuma trazer alívio, pois aquece o abdômen e facilita a liberação dos gases.

Como fazer:

  • Apoie o bebê de barriga para baixo no seu braço ou peito.
  • Mantenha uma leve pressão e caminhe pela casa para ajudar no conforto.

2. Massagem abdominal

Movimentos circulares no sentido horário ajudam o intestino a funcionar melhor.

Passo a passo:

  • Aqueça suas mãos antes de começar.
  • Faça movimentos suaves, com um pouco de óleo vegetal ou creme específico para bebês.
  • Combine com a “bicicletinha” (movimento das pernas) para soltar os gases.

3. Banho morno

A água morna relaxa a musculatura abdominal e pode ajudar a aliviar a dor.

Dica: Prepare o ambiente com luz baixa e, se possível, música suave. Isso contribui para acalmar o bebê de forma geral.

4. Ruído branco

Sons constantes e suaves, como o barulho do secador, aspirador ou aplicativos de “white noise”, imitam o ambiente do útero e têm efeito calmante.

Sugestão: Utilize com moderação e sempre mantendo o volume baixo, sem encostar no bebê.

5. Contato pele a pele

O contato direto com o corpo dos pais transmite segurança, regula o ritmo cardíaco e a temperatura do bebê — e isso também pode aliviar o desconforto da cólica.

Como fazer: Tire a camisa, coloque o bebê de fralda no seu peito, envolva com uma manta e fique alguns minutos deitado ou sentado calmamente.


Alimentação da mãe (no caso da amamentação)

Embora controverso, alguns pediatras sugerem que a alimentação da mãe pode influenciar na intensidade das cólicas, especialmente se o bebê tiver sensibilidade a certos alimentos. Alimentos como leite de vaca, feijão, brócolis, refrigerantes ou cafeína podem ser monitorados caso haja forte suspeita de relação.

A dica é observar se há padrão entre o que você consome e o aumento das cólicas. Caso sim, converse com o pediatra ou nutricionista antes de fazer cortes radicais na sua dieta.


Quando procurar o pediatra

As cólicas são passageiras, mas alguns sinais podem indicar que algo além do comum está acontecendo:

  • Choro contínuo por muitas horas, sem qualquer alívio
  • Vômitos em jato
  • Febre
  • Fezes com sangue ou muito muco
  • Perda de peso ou recusa frequente ao se alimentar

Se esses sintomas estiverem presentes, é importante procurar orientação médica. O mesmo vale se a cólica estiver interferindo fortemente na rotina e saúde emocional dos pais.


Acolher também é tratamento

Mais do que seguir receitas prontas, acolher o bebê com amor, escuta e presença é uma das formas mais poderosas de lidar com a cólica. O bebê pode não compreender palavras, mas percebe quando está seguro, quando é embalado com paciência, quando encontra o calor de um colo que não o julga por chorar.

E esse acolhimento também deve ser estendido aos pais. As cólicas trazem cansaço, noites mal dormidas e, muitas vezes, dúvidas sobre a própria capacidade de cuidar. Nessas horas, vale lembrar: ninguém nasce pronto, e tudo que o bebê precisa é de você, mesmo imperfeito, mas presente.


A dor passa. O vínculo fica.

As cólicas não duram para sempre. Apesar de intensas, elas costumam desaparecer por volta do terceiro mês de vida. Quando isso acontecer — e vai acontecer —, você perceberá o quanto foi forte. Mais do que sobreviver à fase, você terá aprendido a observar, interpretar e responder ao choro do seu bebê. Isso é construção de vínculo, isso é maternidade e paternidade real.

E quando o choro cessar, quando vier o primeiro sorriso de verdade ou aquele olhar calmo depois do banho ou da massagem, você vai se lembrar que cada abraço, cada tentativa de aliviar a dor e cada noite difícil valeram a pena. Porque no fim, não é só sobre aliviar cólicas. É sobre crescer juntos, com empatia, presença e amor.

Sou casada, mãe de duas meninas e tenho 34 anos. Vivo intensamente as alegrias e desafios da maternidade, e foi justamente dessa vivência que nasceu o desejo de compartilhar experiências, aprendizados e dicas com outras mães. Aqui no blog, divido um pouco do que aprendi — e continuo aprendendo — nessa jornada cheia de amor, descobertas e crescimento.

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