Sarampo em alerta: aumento de 34 vezes nas Américas exige ação imediata
O sarampo, doença altamente contagiosa e prevenível por vacina, ressurge com força nas Américas. Em 2025, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) reportou que os casos confirmados aumentaram 34 vezes em comparação ao mesmo período de 2024, com mais de 10 mil confirmações e 18 mortes registradas em dez países. No Brasil, foram confirmados 24 casos até o final de agosto, sendo 19 deles no Tocantins. Esses números acendem um sinal vermelho: é urgente reforçar a vacinação, melhorar a vigilância epidemiológica e restaurar a proteção coletiva. Serviços e Informações do Brasil+3Agência Brasil+3Organização Pan-Americana da Saúde+3
O que esse crescimento revela
Transmissão acelerada e queda na imunidade
- O sarampo se espalha pelo ar, através de gotículas de espirro, tosse ou fala. Adultos, crianças e pessoas não vacinadas ou com esquema vacinal incompleto são mais suscetíveis. Agência Brasil+1
- A cobertura da vacina tríplice viral (MMR) caiu abaixo do ideal em muitas regiões. OPAS recomenda pelo menos 95% de cobertura para evitar surtos, mas muitos países ainda não atingem essa meta. Organização Pan-Americana da Saúde+2Agência Brasil+2
Impactos já visíveis e grupos vulneráveis
- As mortes relatadas ocorreram principalmente no México (14), Estados Unidos (3) e Canadá (1). Agência Brasil
- No Brasil, embora os casos sejam poucos comparativamente, o fato de 19 estarem concentrados em Tocantins e muitos estarem sem histórico vacinal mostra fragilidade local. Agência Brasil+1
- Crianças, pessoas imunocomprometidas e quem não tomou as duas doses da vacina estão mais expostas aos riscos graves. Organização Pan-Americana da Saúde+2Organização Pan-Americana da Saúde+2
Principais fatores que contribuíram para o ressurgimento do sarampo
- Queda na cobertura vacinal
O índice de vacinados com a primeira e segunda dose tem ficado abaixo do ideal. Isso deixa uma parcela significativa da população suscetível. Organização Pan-Americana da Saúde+2RETS+2 - Movimentação populacional e importações de casos
Viagens internacionais, migrações e deslocamentos entre países favorecem a entrada do vírus onde não estava circulando. Casos importados ou com fonte incerta são desafios na prevenção. RETS+2Agência Brasil+2 - Desinformação e hesitação vacinal
Em alguns locais, resistências ao calendário de vacinação, “fake news” sobre vacinas ou descaso com campanhas regulares contribuem para lacunas imunológicas. - Monitoramento fraco em comunidades remotas
Onde a vigilância epidemiológica é precária, surtos podem não ser identificados logo, favorecendo a disseminação silenciosa.
Passo a passo para conter o surto de sarampo
- Reforçar campanhas de vacinação
Aumentar o acesso à vacina tríplice viral em todas as unidades básicas de saúde, realizando campanhas intensivas; oferecer segundas doses. - Detectar casos rapidamente
Profissionais de saúde devem estar alertas aos sinais: febre alta, manchas pelo corpo, conjuntivite, corrimento nasal. Notificar casos suspeitos à rede de vigilância. - Vacinar populações vulneráveis
Focar especialmente em crianças menores de 5 anos, pessoas com esquema vacinal incompleto, gestantes, comunidades com menor cobertura vacinal. - Campanhas educativas de saúde pública
Promover comunicação clara sobre os benefícios da vacinação, desmistificar mitos, usar meios de comunicação populares para alcançar pessoas em áreas urbanas e rurais. - Manter cobertura vacinal acima de 95%
Meta mínima para criar barreira de imunização coletiva — essencial para reduzir suscetibilidade. - Fortalecer vigilância e aporte técnico
Laboratórios, centros de referência e epidemiologistas precisam ter estrutura para confirmar casos, identificar genótipos virais, rastrear cadeias de transmissão e agir com rapidez.
O que o Brasil precisa priorizar agora
- Intensificar vacinação em estados com casos ativos ou maior número de pessoas que não completaram o esquema vacinal.
- Verificar dados locais quanto à cobertura vacinal, especialmente segunda dose, para identificar vulnerabilidades específicas.
- Promover campanhas regionais que considerem cultura, acesso e barreiras logísticas.
- Garantir suprimento de vacinas e treinamento de pessoal de saúde para aplicação e registro correto.
Quando uma doença que parecia controlada regressa, não estamos diante só de números ou estatísticas: estamos diante de pessoas, famílias, crianças que ficam sem proteção. Cada dose não aplicada, cada comunidade com cobertura baixa, cada voo, cada fronteira cruzada traz o risco de mais uma infecção. Mas também cada vacina aplicada, cada profissional de saúde atuando, cada família esclarecida representa esperança — a esperança de que o passado não precise ser repetido, de que a saúde coletiva volte a prevalecer. Você pode fazer parte dessa mudança: verifique seu cartão de vacinação, cobre de autoridades vacinação plena, fale sobre sarampo, alerte sua comunidade. Prevenir não é apenas um dever — é um gesto de cuidado com todos.
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